O fim da polarização: o telemóvel chegou para revolucionar o mundo gaming
O fim da polarização: o telemóvel chegou para revolucionar o mundo gaming

O fim da polarização: o telemóvel chegou para revolucionar o mundo gaming

A história dos videojogos iniciou nos PCs e nas consolas. Durante anos, os verdadeiros “gamers” eram aqueles que jogavam nalguma dessas duas plataformas, que, aliás, rivalizavam entre si e também dentro delas mesmas, como a disputa entre a PlayStation e a Xbox. No entanto, essa polarização terminou com a crescente popularidade dos jogos para os telemóveis.

Os smartphones mudaram tudo. Com mais de 3,4 mil milhões de utilizadores em todo o mundo, segundo dados da Statista, os dispositivos móveis converteram-se na ferramenta mais utilizada. Sem interessar para que missão, além do preço mais acessível, também estão os modelos em segunda mão. E um dos desafios foi englobar a indústria gaming no pequeno ecrã.

Os números mostram que o smartphone chegou para ficar. Segundo um estudo da Newzoo, em 2020, a receita gerada pelos jogos de telemóvel superou os 77 mil milhões de dólares, superando o valor arrecado pelas consolas (45 mil milhões de dólares) e pelos PCs (36 mil milhões de dólares). O crescimento fez com que o tabuleiro da indústria do videojogo mudasse.

Migração em massa

Este novo mercado chamou logo a atenção das empresas que produzem os videojogos. Quase que de imediato foram montados departamentos dedicados ao mobile gaming. Com efeito, diversos títulos com história nas consolas começaram a aparecer nos ecrãs dos telemóveis.

Atualmente, videojogos consagrados como FIFA, Call of Duty ou Mario contam com diversas versões para os smartphones. A diversificação de plataformas aumentou o interesse do público, além de captar novos jogadores.

E não parou por aí. As empresas especializadas no segmento iGaming, que abriga as modalidades originárias dos casinos, e que pode, ou não, envolver alguma quantia de dinheiro real, também estenderam a oferta aos dispositivos móveis com aplicações para cada jogo, como o poker. Estas aplicações móveis permitem uma experiência de jogo sem interrupções, fluída e com todas as carateristicas que se encontram no jogo num computador, como os vários modos de jogo, torneios, VR (usando dispositivos de VR) ou aceder aos recursos de aprendizagem sobre as regras ou estratégias de poker.

O poder do telemóvel

Os jogos para smartphone ganharam tamanha representatividade que até mesmo os desportos eletrónicos já contam com campeonatos oficiais disputados nos telemóveis. Este facto mostra que algo que levou anos para acontecer nos PCs e consolas, já foi instaurado para os dispositivos móveis.

Atualmente, o Free Fire é o principal título quando o assunto é o desporto eletrónico para telemóvel. O jogo conta com milhões de jogadores espalhados pelo mundo, no total são 354 milhões de utilizadores ativos por mês. No calendário de eventos está o Free Fire World Series, ou a Free Fire Europe Pro League, que, em 2022, teve a equipa portuguesa, Vasto Mundo, como grande campeã

O Clash Royale é outro jogo que conta com uma base maciça de adeptos. O título é destaque no género de estratégia em tempo real, os duelos são intensos e exigem pensamento rápido dos jogadores. Na lista dos campeonatos o grande destaque é a Clash Royale League (CRL), que é a equivalente ao Campeonato do Mundo no futebol. 

Por fim, o PUBG Mobile é um jogo com as suas origens nos PCs, onde é reconhecido e jogado por milhões, e conseguiu repetir o sucesso nos telemóveis. Assim como o Free Fire, o jogo está no género de Battle Royale, e os jogadores enfrentam-se numa ilha, o último sobrevivente ganha a partida. No mundo, os campeonatos mais reconhecidos são o PUBG Mobile Club Open e a PUGB Mobile Pro League.

Com efeito, os smartphones e os jogos que nasceram para esta plataforma mudaram completamente a lógica da indústria dos jogos eletrónicos. Foi através do dispositivo móvel que uma grande parcela de jogadores passou a ter acesso a este mundo gaming. A oferta de mobile gaming democratizou o cenário e abriu as portas para um novo público.

As disputas entre PC e consola ficaram obsoletas, o momento é de diversificação. Os jogos que conseguirem ampliar a oferta, e entregar conteúdo e experiência de alta qualidade aos jogadores em todas as plataformas, serão os vencedores num mercado altamente competitivo.

A revolução está completa, o regresso ao passado já não é solução. Agora é momento de aproveitar mais uma das diversas facilidades que a transformação digital trouxe e ter o seu videojogo favorito sempre à mão, em qualquer hora ou lugar. Os telemóveis mudaram o jogo, e foi para melhor.