O mercado de trabalho em Portugal tem vindo a transformar-se nas últimas décadas, com novas exigências e oportunidades a emergirem em diversos setores. Uma das profissões que se tem mantido relevante, e até crescido em procura, é a do vigilante. O emprego de vigilante representa uma área essencial para a segurança de pessoas, bens e instalações, desempenhando um papel fulcral tanto no setor privado como público. Neste artigo iremos explorar de forma aprofundada o que implica trabalhar como vigilante em Portugal, quais as habilitações necessárias, as oportunidades existentes no mercado e as perspetivas de futuro para esta profissão.
O que é o emprego de vigilante e quais são os requisitos legais?
O trabalho de vigilante consiste, essencialmente, na proteção de pessoas e património, garantindo a segurança física de edifícios, empresas, centros comerciais, eventos, instalações industriais e até mesmo instituições públicas. Para exercer esta função em Portugal, é necessário cumprir uma série de requisitos legais que visam garantir que os profissionais do setor estejam devidamente preparados para lidar com situações de risco.
Segundo a Lei n.º 34/2013, que regula o exercício da atividade de segurança privada em Portugal, o vigilante deve, obrigatoriamente:
- Ser maior de 18 anos e possuir plena capacidade civil;
- Não possuir antecedentes criminais relacionados com crimes contra pessoas, património ou com o uso ilegal de armas;
- Ter completado com sucesso a formação obrigatória ministrada por entidades certificadas pelo Ministério da Administração Interna (MAI);
- Possuir um cartão profissional emitido pelo Departamento de Segurança Privada da Polícia de Segurança Pública (PSP);
- Ter aptidão física e psicológica comprovada para o exercício da profissão.
O curso de formação para vigilantes inclui conteúdos sobre prevenção de riscos, primeiros socorros, legislação de segurança, técnicas de vigilância e intervenção em situações de emergência. Esta formação tem uma duração mínima de 90 horas, podendo ser mais extensa dependendo da especialidade pretendida (ex.: vigilância eletrónica, transporte de valores, segurança pessoal, etc.).
Além disso, é fundamental que o vigilante mantenha uma postura ética, sense de responsabilidade e, muitas vezes, alguma resistência ao stresse. A natureza da profissão obriga a uma vigilância constante, turnos rotativos e, não raramente, o confronto com situações de potencial perigo.
Mercado de trabalho, oportunidades e perspetivas na área da vigilância
Com o crescimento das preocupações relativas à segurança, tanto no espaço público como no privado, a procura por profissionais qualificados tem-se intensificado em Portugal. Empresas de segurança privada contratam regularmente vigilantes para operar em locais como supermercados, centros comerciais, hospitais, hotéis, eventos desportivos, concertos, parques industriais, portos, aeroportos e edifícios públicos.
As oportunidades são variadas e vão desde contratos a tempo inteiro com turnos fixos ou rotativos, até ao trabalho temporário e sazonal, especialmente em alturas de maior fluxo turístico ou durante grandes eventos. Algumas funções podem ser consideradas mais exigentes do ponto de vista físico e mental, como a vigilância noturna ou a segurança pessoal, enquanto outras exigem maior conhecimento técnico, como a monitorização de sistemas de videovigilância.
Os salários dos vigilantes em Portugal podem variar consoante o tipo de serviço prestado, a antiguidade do profissional e as condições contratuais definidas pelas empresas de segurança. Em geral, o vencimento base encontra-se próximo do salário mínimo nacional, podendo ser complementado com subsídios de turno, noturno, risco ou horas extraordinárias. Em alguns casos, vigilantes mais experientes ou com formações específicas conseguem alcançar remunerações bastante superiores à base.
Um fator positivo na evolução da carreira de um vigilante é a diversificação de especializações existentes. As áreas de transporte de valores, vigilância armada, escolta pessoal e segurança eletrónica constituem caminhos de progressão dentro do setor. Além disso, é possível ambicionar postos de supervisão ou direção de equipas, desde que se invista em formação contínua e experiência no terreno.
No que diz respeito às perspetivas futuras, o setor da segurança privada deverá continuar a crescer, acompanhando a evolução das necessidades da sociedade moderna. A digitalização e a automatização dos sistemas de segurança exigem igualmente profissionais mais versáteis, capazes de operar tecnologias e intervir em situações críticas com rapidez e eficácia. A regulamentação apertada por parte da PSP garante a credibilidade e a seriedade das empresas e dos profissionais, elevando o padrão da profissão.
Na era pós-pandemia, houve também um reforço da vigilância em locais públicos, serviços de saúde e nos transportes, o que contribuiu para uma maior valorização destes profissionais. A segurança passou a ser percebida como parte integrante do bem-estar coletivo, o que torna o emprego de vigilante cada vez mais indispensável em diversos contextos.
Em suma, o emprego de vigilante em Portugal é uma opção profissional com procura constante e possibilidade de evolução na carreira. Exige compromisso, formação adequada e responsabilidade, mas também oferece estabilidade, variedade nas funções e oportunidades de crescimento. Com o aumento da consciencialização sobre a importância da segurança, esta profissão continuará a ser uma peça-chave na proteção da sociedade. Para quem procura um emprego com impacto direto na vida das pessoas e está disposto a assumir o desafio, a vigilância pode ser o caminho ideal.